Que a transformação digital bateu na porta do setor automotivo, todos nós já sabemos. Mas o que isso significa, de fato, para o modelo de negócios? E como ficam as concessionárias em meio a essa disrupção?

Essas reflexões não são apenas dos dealers brasileiros. O NADA Auto Show 2018, principal conferência do setor automotivo norte-americano, realizada em março deste ano, trouxe diversas análises sobre as tendências e desafios que estão mexendo com o segmento.

Sem tempo para ler? Comece com um vídeo introdutório sobre Transformação Digital:

O mais interessante é que essas mudanças não envolvem apenas carros autônomos e machine learning, termos que estão em evidência quando o assunto é transformação digital.

Na verdade, o que a conferência NADA 2018 revelou, segundo relatório produzido pela consultoria Oath, é que a transformação digital está exigindo do setor automotivo uma adaptação à nova jornada de compra de carros, à nova geração de consumidores e a criação de uma nova experiência dentro das concessionárias.

Mas quais são essas tendências e como sua concessionária pode se preparar para elas? Analisamos o relatório e fizemos um compilado com as transformações mais relevantes segundo o NADA 2018. Confira abaixo:

A jornada é mobile

De acordo com a pesquisa Car Buyer Journey 2018, feita pela empresa Cox Automotive e apresentada durante o NADA 2018, o mobile se tornou o elemento central no processo de pesquisa por um novo carro.

Hoje, o comprador de carros passa 14 horas e 29 minutos no processo de pesquisa e compra de veículos. Só que 61% desse tempo é gasto on-line.

A tecnologia que está no bolso dos clientes é peça essencial dessa jornada: a Cox Automotive indicou que 42% dos clientes usam mais de um dispositivo para fazer as pesquisas.

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Com o mobile ganhando força, surge também a cobrança por páginas adaptáveis: ⅔ dos entrevistados afirmaram que um site móvel ou responsivo de baixa qualidade afetam a percepção da marca (veja mais sobre a importância de um site responsivo para concessionárias neste outro post).

Mas a compra ainda é offline

Em comparação, o processo de visita às concessionárias tem ocupado apenas 13% do tempo da jornada de compra. Em média, o consumidor visita 1,7 concessionárias até escolher onde comprar.

Esse tempo, que já parece bem curto, ainda é questionado pelo consumidor: 50% dos que se dizem satisfeitos com a compra também afirmam que o processo foi longo demais. Isso mostra que o novo comprador deseja que a conveniência e as interações das compras on-line do e-commerce também cheguem ao setor automotivo.

Apesar disso, a Cox Automotive indica que apenas 11% dos consumidores estão efetivamente prontos para comprar um carro pela internet. Por ser um produto de alto valor agregado, há uma necessidade maior de interação física antes da compra.

Disputa pela navegação

A quantidade de consumidores pesquisando on-line sobre veículos é exponencial. De acordo com dados do Kelly Blue Book e do iCarros, 30% dos internautas brasileiros consomem conteúdo on-line relacionado a carros.

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Mas por onde eles navegam? Segundo os dados revelados no NADA 2018, 61% dos consumidores pesquisam em sites de terceiros e 21% em sites de busca. Isso quer dizer que conteúdos como resenhas, comparativos e informações de preço atraem mais atenção do que conteúdos institucionais.

O vídeo é o formato de conteúdo que mais se destaca: 42% dos consumidores assistem 30 minutos ou mais de vídeos on-line durante o processo de compras.

Nova experiência na concessionária

Um dos termos mais citados no NADA 2018 foi a “abordagem centrada no consumidor”. As concessionárias precisam oferecer um atendimento cada vez mais personalizado.

Encantar o cliente dessa forma não é fácil, mas a conferência apresentou tecnologias que podem auxiliar os dealers.

Nos EUA, há softwares preditivos baseados em inteligência artificial. Eles conseguem mapear quem são os clientes mais inclinados a comprar carros novos a partir do cruzamento de dados. Para isso, utiliza sistemas de gestão, redes sociais e informações de crédito.

Há também os sistemas de CRM (gestão de relacionamento com os clientes). Eles ajudam os dealers a manter contato com a base de clientes parar gerar novos negócios. Falamos mais sobre sistemas CRM e gestão de leads neste outro post.

Desejos da nova geração

O NADA 2018 também alertou para o fato de que o novo consumidor não enxerga o carro da mesma forma. 

Os millenials compram, em média, 21% mais carros que a geração X. Só que suas características de compra também são diferentes. Por exemplo, 93% dos jovens americanos leem resenhas on-line antes de fazerem suas compras, segundo a Adweek. E mais:

Isso exige atenção redobrada e investimentos em marketing digital por parte da concessionária. Ter sites rápidos, responsivos e conteúdo é fundamental para atrair e reter usuários das novas gerações e integrar o seu negócio à transformação digital que chegou ao setor automotivo.

Futuro sem motorista

Carros autônomos são um dos assuntos que mais levantam polêmicas quando o assunto é transformação digital no setor automotivo. Um futuro com carros autônomos é um futuro sem concessionárias?

O que as discussões do NADA constataram é que o carro autônomo ainda enfrenta o problema do barateamento. O compartilhamento de serviços, a exemplo de empresas como a Uber, seria o único meio de popularização dos veículos. Mas este é um futuro a médio e longo prazo.

A Uber, por exemplo, ainda tem um alcance limitado a 84 países no mundo. Além disso, empresas de carona são responsáveis por apenas 1% dos quilômetros rodados por automóveis nos EUA, segundo a consultoria McKinsey.

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Conclusão

Como já discutimos há algum tempo aqui no blog, a Era Digital tem exigido mudanças em diversos segmentos de negócio, e o automotivo é um dos mais atingidos. Concessionárias e fabricantes que não se adaptarem talvez não sobrevivam à indústria da mobilidade que começa a se erguer.

E você, concorda com todas as tendências apresentadas pelo NADA 2018? Deixe sua opinião nos comentários!

Se você preferir, também pode acessar o relatório completo da Oath neste link.

Sobre o Autor

Tiago Fernandes
Tiago Fernandes

Administrador, sócio-fundador e CEO da AutoForce.

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